Monday, February 11, 2008

Sufocado

Marc Chagall estava certo*. A nostalgia é uma emoção poderosa. E às vezes, como hoje, sinto um aperto no peito, pensando no passado, na falta de responsabilidades de quando eu era criança, de quando eu jogava RPG todo sábado, de quando eu estudava pro vestibular, de quando eu estudava outra coisa que não História, de quando eu arrecém começava a andar de ônibus sozinho, de quando eu era um guri de 17 anos completamente perdido dentro da UFRGS, de quando eu estudava na PUC, das noitadas de 2003, das de 2004, das de 2005, dos (não) amores passados, de amigos que não vejo mais, de quando o centrinho de Atlântida não era um playground, de quando a Polar era uma cerveja desconhecida (ainda não era "nossa" - isto é, de vocês, não me coloquem nessa)...

... e mesmo sabendo que nostalgia não é saudade, que esta é, no final das contas, uma saudade falsa, mascarada por óculos cor-de-rosa, que este é um sentimento enganador - ao contrário da saudade -, eu não consigo deixar de sentir este aperto.

*Divagando, e aproveitando a oportunidade, eu francamente acredito que podemos comparar o que a Revolução Francesa e a Revolução Russa nos deixaram quando vemos que a última, na sua fase menos acentuada, acabou por expulsar Chagall de Moscou, enquanto a primeira, em sua fase mais autoritária, produziu a "Coroação de Napoleão" de David.

1 Comments:

Blogger luciano said...

tu é um velho mesmo

11:34 AM

 

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